As apresentações de comprimidos disponíveis nem sempre estão em doses apropriadas à prática clínica, sendo um estímulo à partição dos mesmos. Partição de comprimidos é prática habitual em instituições de cuidado em saúde, por orientação profissional ou por decisão própria dos usuários.
Vantagens
Dentre os fatores que estimulam a partição de comprimidos, o mais comum é a flexibilização de dose. Sua utilidade pode ser relevante, principalmente para tratamento de crianças e idosos, cujas posologias geralmente não estão contempladas pelas apresentações comerciais disponíveis. Pode ser interessante, também, por permitir início do tratamento com a mínima dose efetiva, implicando em diminuição da ocorrência de reações adversas. A facilidade de deglutição é a segunda vantagem mais importante da partição de comprimidos, principalmente em idosos, crianças ou quando os comprimidos são grandes. Reduzir gastos com medicamentos é o terceiro estímulo mais frequente para se partirem comprimidos.
Desvantagens
A dificuldade de partição é um dos problemas mais frequentemente relatados, principalmente por pessoas idosas e para comprimidos pequenos. A principal queixa é a desigualdade entre as partes quando há divisão do comprimido, inclusive com o uso de partidores específicos. Essa desigualdade pode resultar em variação de dose, tornando-a maior ou menor do que o necessário. Estudos com partição de comprimidos, mostraram que 41% das partes apresentaram desvios de mais de 10% do peso esperado, e 12% tiveram desvios maiores que 20%. Outra desvantagem é a perda do produto, que se deve à fragmentação resultante da partição. Consequentemente, há perda de fármaco e risco de contaminação de outras pessoas. Alguns estudos mostram que a perda pode ser considerável
Recomendações
Para partição, é recomendável que o comprimido seja sulcado, apresente baixa toxicidade, janela terapêutica larga, meia-vida relativamente longa e não tenha revestimento de
liberação entérica ou formulação de liberação prolongada. Sendo necessária a partição, recomenda-se que seja apenas pela metade.
Converse com seu Farmacêutico para avaliar e auxiliar nesta decisão. Muitas vezes, alguns medicamentos podem ser manipulados na dose e quantidades exatos que seu tratamento exige!
Fonte: http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/7/35a40.pdf